sábado, 6 de dezembro de 2008

História de amor

O homem por trás do balcão olhava a rua de forma distraída. Uma garotinha se aproximou da loja e amassou o narizinho contra o vidro da vitrine. Os olhos da cor do céu brilharam quando viu um determinado objeto. Entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesas azuis.
- É para minha mãe. Pode fazer um pacote bem bonito? Disse ela.
O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou: - Quanto dinheiro você tem?
Sem hesitar ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desatando os nós, colocou-o sobre o balcão e, feliz, disse: Isso dá?
Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa. - Sabe, quero dar este presente para minha mãe. Desde que morreu nosso pai ela cuida da gente e não tem tempo para ela. É o aniversário dela e tenho certeza que ficará feliz com o colar que é da cor de seus olhos.
O homem foi para o interior da loja, colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde.
- Tome, disse para a garota. - Leve com cuidado. Ela saiu feliz, saltitando pela rua abaixo.
Ainda não acabara o dia quando uma linda senhora de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis adentrou a loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou: - Este colar foi comprado aqui? - Sim, senhora. - E quanto custou? -Ah, falou o dono da loja. - O preço de qualquer produto de minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente. A senhora continuou: - Mas minha filha tinha somente algumas moedas. O colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagá-lo.
O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à senhora, dizendo: - Ela pagou o preço mais alto que uma pessoa pode pagar. ELA DEU TUDO O QUE TINHA.
O silêncio encheu a pequena loja e as lágrimas rolaram pela face emocionada daquela jovem senhora enquanto suas mãos recebiam o pequeno embrulho.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Mundo Sombrio

Eu sempre tinha uns sonhos esquisitos, meio sonhos e meio pesadelos. Era como se eu estivesse em um lugar cinzento, com árvores retorcidas e desfolhadas. Ali a minha angústia aumentava. Eu perambulava de um lado para outro sem destino e sem saber onde estava ou para onde ia. Até que em um determinado momento a minha angústia aumentou e eu estava quase sufocando. Era como se fosse um pesadelo de febre...